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julho 12, 2012

Arte

Sentimentos não são simplesmente convertidos em palavras. Não simplesmente. Há uma lógica, um código para que toda a construção ocorra de maneira sutil: O impacto deve ser calculado. A dosagem de acidez e doçura, idem. 
O que quero dizer é que toda emoção recém-nascida passa por uma cautelosa adaptação antes de ser lançada em um texto: Sua intensidade é reduzida. A ambiguidade, duplicada e reforçada. A sinceridade, preservada. A complexidade, nivelada, e a necessidade de agradar a todos, completamente descartada. 
Os loucos que se atrevem a converter sentimentos em palavras são chamados escritores. E eles não estão sozinhos: Há também aqueles que convertem suas emoções em notas musicais, em uma sequência de movimentos coreografados, em linhas e curvas, ou em uma escultura. Trabalho árduo, belo resultado. 
Pura, repleta de sentimentos e lógica, todas as ciências convergem nela, tudo está nela, seu valor é inestimável. É o que, basicamente, chamamos de arte. Não é preciosa? 
Adore-a!
Ela é tudo, absolutamente tudo o que eu tenho agora.